Tomismo
Século XIII; doutrina filosófica de Santo Tomás de Aquino, que tenta adaptar a filosofia de Aristóteles ao pensamento cristão. Dando inicio a filosofia no pensamento cristão. De acordo com a filosofia platônico-agostiniana e conhecimento humano depende de uma particular iluminação divina, estando então, ligado diretamente com inteligível. Já a filosofia de Tomás de Aquino opõe-se a essa idéia, segundo ele verdadeiro conhecimento humano está ligado ao mundo sensível e limitado ao mesmo. Para ele existe sim um intelecto que atinge o inteligível, mas este nada mais é que a forma imanente às coisas materiais. Este conhecimento está diretamente ligado à metafísica e a uma antropologia.
Por isso a alma era concebida quase como um ser autônomo, uma espécie de natureza angélica, unida extrinsecamente a um corpo, e a materialidade do corpo era-lhe mais de obstáculo do que instrumento. Por conseguinte, o conhecimento humano se realizava não através dos sentidos, mas ao lado e acima dos sentidos, mediante contato direto com o mundo inteligível; precisamente como as inteligências angélicas, que conhecem mediante as espécies impressas, idéias inatas. Vice-versa, segundo a antropologia aristotélico-tomista, sobre a base metafísica geral da grande doutrina da forma, a alma é concebida como a forma substancial do corpo. A alma é, portanto, incompleta sem o corpo, ainda que destinada a sobreviver-lhe pela sua natureza racional; logo, o corpo é um instrumento indispensável ao conhecimento humano, que, por conseqüência, tem o seu ponto de partida nos sentidos.
A terceira característica do agostinianismo é o assim chamado voluntarismo, com todas as conseqüências de correntes da primazia da vontade sobre o intelecto. A característica do tomismo, ao contrário, é o intelectualismo, com a primazia do intelecto sobre a vontade, com todas as relativas conseqüências. O conhecimento, pois, é mais perfeito do que a ação, porquanto o intelecto possui o próprio objeto, ao passo que a vontade o persegue sem conquistá-lo. Esta doutrina é aplicada tanto na ordem natural como na ordem sobrenatural, de sorte que a bem-aventurança não consiste no gozo afetivo de Deus, mas na visão beatífica da Essência divina.